WM-Proteste-Brasilien
Tatubola WM-Serie: Alles wie erwartet

Das Schicksal des Studenten Murilo Magalhães aus São Paulo beschäftigt die Brasilianer schreibt Maria Regina Tuti an Tatubola. © Screenshot/Youtube https://www.youtube.com/watch?v=EUutmUF8zc4

Das Schicksal des Studenten Murilo Magalhães aus São Paulo beschäftigt die Brasilianer schreibt Maria Regina Tuti an Tatubola. © Screenshot/Youtube https://www.youtube.com/watch?v=EUutmUF8zc4

„Nach dem Wirrwarr um die WM in Brasilien wird es zu den Olympischen Spielen 2016 bestimmt nicht besser.“

Gustavo Esteves Lopes, Historiker, São Paulo:

Tudo como o Previsto

“Corrupção, exclusão social, acidentes de trabalho, difamação, protestos, violência generalizada, e mortes, já estavam previstos nas entrelinhas do contrato assinado entre todas as partes envolvidas. Ledo engano acreditar que ninguém quis ou quer ler tanto aquilo que estava escrito no contrato (social, aliás), como também aquilo que não estava. Ainda assim, é inegável que em meio a todo este rebuliço, há espaço, tempo e circunstância para que brasileiros, e muita gente espalhada ao redor do mundo, sejam contagiados pelos mais sinceros e graciosos sentimentos inatos aos seres humanos, “civilizados ou não”, como alegria, serenidade e fraternidade, de modo a contemplar, com toda a certeza, o que já era esperado de um mega-evento esportivo. Em suma, e com franqueza, é sabido que vem ocorrendo “tudo como o previsto”.“

Die Übersetzung: Korruption, soziale Ausgrenzung, Arbeitsunfälle, Diffamierung, Proteste, Gewalt und Tote: zwischen den Zeilen des Vertrags war all dies von allen beteiligten Parteien schon vorgesehen. (…) Immerhin ist es unbestreitbar, dass es mitten in diesem Wirrwarr noch Raum, Zeit und Gelegenheit dafür gibt, dass die Brasilianer und viele Menschen auf der ganzen Welt sich freuen und feiern – mit Freude, Ruhe und Brüderlichkeit, was ja auch erwartet werden kann bei so einem Megasportevent. Offen gesagt, ist es alles so passiert, wie es vorherzusehen war.

TATUBOLA WM-SERIE: “WM PROTESTE BRASILIEN”

Auf dem Blog Tatubola kommen die Brasilianer selbst zu Wort. Sie berichten darüber, wie sie die Fußball-Weltmeisterschaft 2014 in Brasilien erleben – positiv oder negativ. Aus dem ganzen Land schreiben sie Tatubola kurze Statements und geben Tipps für interessante Links, um sich auf Blogs und in Magazinen über die WM Proteste in Brasilien zu informieren.

Tatubola hat nachgefragt:
In Deutschland herrscht Vorfreude auf die Fußball-Weltmeisterschaft. Doch was denken die Brasilianer selbst über die WM in ihrem Land? Welche Erfahrungen haben sie während der Vorbereitungen zu diesem sportlichen Großereignis gemacht? Was bewegt ihre Familie, Freunde und Nachbarn, wenn es auf das Thema “Copa 2014″ zu sprechen kommt? Was gefällt ihnen und aus welchen Gründen kritisieren sie die FIFA, den Fußball-Hype oder ihre Regierung? In den nächsten Wochen werden wir auf Tatubola mehr darüber berichten, wie die Brasilianer selbst die WM sehen.

Der Brasilianer Gustavo Estevo Lopes lebt in São Paulo. 2014 wird der Historiker zwei Bücher veröffentlichen: über die Militärdiktatur (1964-1985) und die Geschichte seines Wohnorts, der Gemeinde Hortolândia-SP. Hier geht es zu seinem kompletten Artikel:

Alguém previu de imediato, quando da escolha do Brasil como país-sede da “Copa do Mundo Fifa 2014tm”, ocorrida em 2007, que haveria este rebuliço todo em torno da organização deste mega-evento esportivo, e que possivelmente ocorrerá o mesmo em relação aos “Jogos Olímpicos Rio 2016tm”? É certo que sim. Feito tradição que precede e perpassa a realização de um mega-evento, em qualquer lugar do mundo, contendas e recrudescimentos múltiplos – gerados entre sociedade civil, estado, patrocinadores e comitês organizadores – estabelecem-se como componentes essenciais próprios ao que é denominado “civilização”, em que cada parte se julga no direito e no dever de impor seus pensamentos e ações sobre outrem.

Inversamente a tal condição humana que se constitui coletivamente enquanto “civilidade” – vocábulo este que está muito além de seus sinônimos diretos “cortesia” ,“polidez” e “boas maneiras” –, quanto a uma partida de futebol, o que se passa dentro das quatro linhas, e segundo as regras do jogo, presume-se como o contrário em relação ao que acontece do lado de fora, em que leis e quaisquer outras normas jurídicas existem, também, para serem desobedecidas – como o fazem os “anônimos” e as pessoas “publicamente reconhecidas”, ininterruptamente. Se a regra do jogo for desrespeitada, este não há mais razão de ser de existir – seja este uma loteria, uma modalidade esportiva individual, bem como uma modalidade esportiva coletiva, como o futebol e outras.

Corrupção, exclusão social, acidentes de trabalho, difamação, protestos, violência generalizada, e mortes, já estavam previstos nas entrelinhas do contrato assinado entre todas as partes envolvidas. Ledo engano acreditar que ninguém quis ou quer ler tanto aquilo que estava escrito no contrato (social, aliás), como também aquilo que não estava. Ainda assim, é inegável que em meio a todo este rebuliço, há espaço, tempo e circunstância para que brasileiros, e muita gente espalhada ao redor do mundo, sejam contagiados pelos mais sinceros e graciosos sentimentos inatos aos seres humanos, “civilizados ou não”, como alegria, serenidade e fraternidade, de modo a contemplar, com toda a certeza, o que já era esperado de um mega-evento esportivo. Em suma, e com franqueza, é sabido que vem ocorrendo “tudo como o previsto”. (Dedicado a José Carlos Sebe Bom Meihy, Roberto Damatta e Marcel Diego Tonini)

Gustavo Esteves Lopes – Historiador, e Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo. Só neste ano de 2014 publicará dois livrinhos, pois ambos já estão no prelo – um sobre o tempo de ditadura militar no Brasil (1964-1985), e outro sobre a história da comunidade local onde vive e trabalha (Hortolândia-SP). É praticante contumaz daquilo que se chama “história oral”.

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